Biblioteca virtual “PCD Legal” já alcançou mais de 3 mil cidades de 150 países

O website acessível disponibiliza publicações e legislações direcionadas especialmente a pessoas com deficiência

05/03/2020 - Ariany dos Santos é uma universitária que sabe reivindicar seus direitos. Já José Antônio Souto Siqueira é um professor e psicólogo que compreendeu a relevância do conhecimento para a garantia da cidadania e o entendimento dos seus deveres. Os dois são pessoas com deficiência que usufruem de uma mesma ferramenta para aprimorar seus estudos e buscar mais informações acerca do mundo jurídico a partir da biblioteca virtual “PCD Legal”.

 O website foi desenvolvido pelo Ministério Público do Trabalho no Espírito Santo (MPT-ES) e contempla diversas tecnologias para exibir diversos conteúdos legais utilizando textos, áudios ou vídeos, inclusive em versões na Língua Brasileira de Sinais (Libras). Alguns exemplos dos recursos acessíveis são: ampliação e redução de fonte, conteúdo em áudio gravado por locutores, inversão de contraste de fundo de tela, conteúdo do vídeo em libras (com intérpretes especializados), preparação descritiva para leitores de HTML e sintetizadores de voz. O acesso ao portal e o download das publicações são gratuitos.

No acervo do portal estão disponíveis informações importantes para o desenvolvimento da cidadania, a reivindicação de direitos, o empoderamento e a inclusão da pessoa com deficiência ou reabilitada na sociedade, tais como: Lei nº 8213/91 (Lei de cotas) , Lei nº 13.146/15 (Lei Brasileira de Inclusão); a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (atualizada até EC 99 de dezembro de 2017); Lei nº 12.319/10 (regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais – Libras); Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha); Lei nº 8078/90 (Código de Defesa do Consumidor); além de outros temas.

Para a procuradora do Trabalho e titular regional da Coordenadoria Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade) do MPT, Thais Borges da Silva, o portal serve de exemplo para a eliminação de barreiras na comunicação e a socialização do conhecimento: “Acredito que a maior arma de combate ao preconceito e à ignorância é o conhecimento. Aí reside a importância do “PCD Legal”, uma ferramenta de socialização do conhecimento, que traz uma série de informações relevantes para o desenvolvimento da cidadania e o empoderamento das pessoas com deficiência”, diz. “O site cumpre o dever de promover a eliminação de barreiras na comunicação e assegura efetivamente o direito de acesso das pessoas com deficiências à informação”, completa.

Educação

O docente José Antônio Siqueira considera que “acessar direitos e exercer empoderamento sobre eles, requer um domínio sobre as informações. Nesse sentido, o site “PCD Legal” oferta conteúdos essenciais para sustentação de reflexões necessárias ao debate sobre a inclusão das pessoas com deficiência.

Tetraplégico desde um ano e meio de idade, o coordenador do Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH) Pedro Reis esclarece que atua “no campo de fomento das possibilidades para a realização dos direitos, tanto os vigentes, como aqueles que ainda precisam ser conquistados. Nesse embate, quando alguns direitos precisam ser afirmados e validados sempre busco informações em sites como esse “amigo” do MPT”.

Ariany dos Santos, estudante do sétimo período do curso de Direito da Faculdade Multivix, também afirma que o “PCD Legal” contribuiu significativamente para o aprimoramento dos seus estudos. “Eu pegava o trabalho das disciplinas, os textos, fazia as leituras, acessava o site e complementava as informações que auxiliavam no meu conhecimento e no meu entendimento quanto às questões jurídicas que eram passadas na matéria”, explica.

Ela ainda acrescenta que o portal é bastante útil para pessoas com surdez. O website “é muito importante em relação ao que informa, orienta, principalmente, para a comunidade surda. Eu, como aluna de Direito, estou conhecendo as questões legais com o meu curso e, com o acesso ao “PCD Legal”, tenho contribuído bastante com o surdo e com as entidades. O trabalho que o site vem desempenhando é extremamente relevante para essa difusão da comunicação, da informação, das leis, dos direitos e dos deveres”, relata.

O ambiente virtual também é acessado por educadores. O professor do Instituto Federal do Espírito Santo, Josué Rego, atua como Tradutor Intérprete de Língua de Sinais (Tilsp) e ministra a disciplina de Libras. Segundo ele, a comunidade capixaba, em particular, usufrui do material como fonte de informação e conhecimento. “Utilizo com os alunos o site como material de tradução e interpretação em libras, além de servir como modelo para produção de sites acessíveis para os alunos do Bacharelado em Sistemas de Informação. Além disso, tenho relatos de alunos surdos de cursos de Direito que usufruem do material para auxílio do entendimento legal de várias disciplinas”, informa.

Dados

Segundo o Google Analytics, o website já alcançou acima de 3 mil cidades em mais de 150 países diferentes. A biblioteca virtual já obteve mais de 838 mil visualizações e já alcançou mais de 340 mil usuários únicos. Já no Youtube, o canal “PCD Legal” possui 1230 inscritos e obteve mais de 330 mil visualizações, contabilizando acima de 12 mil horas de tempo de exibição. As visualizações por gênero do espectador apontam que 55,6% são mulheres e 44,4% são homens.

Curiosidades

Fonte: Google Analytics do site “PCD Legal”

  • O portal já obteve mais de 838 mil visualizações. Ao todo, já alcançou mais de 340 mil usuários únicos.
  • Usuários de mais 3 mil cidades em mais de 150 países já visualizaram o website.
  • Um percentual de 80,61% dos usuários acessa o portal pelo computador; 18,89% pelo celular; e apenas 0,50% pelo tablet.
  • Pessoas de mais de 100 idiomas já acessaram o conteúdo da biblioteca virtual.
  • Mais de 1,7 milhões de páginas visualizadas

Fonte: Analytics Youtube do site “PCD Legal”

  • 330 mil visualizações no canal;
  • Já existem 1230 inscritos;
  • Tempo de exibição: mais de 12 mil horas;
  • Visualizações por gênero do espectador: Feminino (55,6%) e masculino (44,4%);
  • Visualizações por país: Brasil (1º), Rússia (2º) e México (3º).

 

Informações: MPT-ES

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