MPT e parceiros entregam certificados a 18 jovens do Projeto de Qualificação Ação Integrada

04/04/2014 - Com o apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Mato Grosso, 18 jovens de 18 a 24 anos receberam certificados de conclusão de um curso profissionalizante capitaneado pelo Projeto de Qualificação Ação Integrada, que proporciona a inclusão social de pessoas submetidas a condições análogas às de escravo ou que se encontravam vulneráveis ao aliciamento para tal exploração.

A solenidade de entrega ocorreu na noite da terça feira passada (27), no auditório Antonio Ernesto de Salvo, na sede do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT). Cerca de 70% dos participantes do curso de Mecanização Agrícola, turma de 2013/2014, saem do projeto com emprego garantido.

O formando Rafael da Silva Reis, 19, é um deles. Morador do bairro Doutor Fábio, em Cuiabá, trabalha atualmente como auxiliar de calheiro. “Agora vou ter um salário fixo e isso ajudará a melhorar a renda da família”, avalia. “O curso me trouxe experiência e a oportunidade de um emprego com salário fixo. Estou muito feliz, agora estou conversando com minha família para decidir o futuro. Pretendo fazer o ENEM e uma faculdade”, planeja, revelando como o treinamento lhe mostrou a necessidade de investir no estudo.

Dona Irene de Santana era só orgulho. Tirou várias fotos com o filho Lucas Santana França, de 20 anos, outro recém-contratado, para guardar de lembrança. “Só tenho a agradecer pela oportunidade que deram ao meu filho. Agora ele está encaminhado na vida e vou sempre incentiva-lo a continuar os estudos. Pois só assim podemos mudar de vida”.

Visão

O “Ação Integrada” surgiu em 2008, após assinatura de Termo de Cooperação Técnica entre o Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso, a Superintendência Regional do Trabalho do Mato Grosso (SRTE/MT) e a Fundação de Apoio e Desenvolvimento da Universidade Federal de Mato Grosso (Uniselva/UFMT).

O procurador do Trabalho Thiago Gurjão explica que os recursos utilizados no projeto são todos oriundos de multas e indenizações por danos morais coletivos obtidas pelo MPT em sua atuação. “O projeto faz com que as multas e indenizações por violação a direitos fundamentais dos trabalhadores sejam revertidas em prol de ações de resgate da cidadania dessas pessoas retiradas da condições de escravo ou vulneráveis a tal exploração”. A instituição já destinou mais de R$1,55 milhão em favor da iniciativa.

Segundo a coordenadora de desenvolvimento do projeto, Alda Teresa Attílio Rodrigues de Castro, o Senar, juntamente com os Grupos Vanguarda Agro e Bom Futuro, contribuíram oferecendo a gratuidade do curso. O MPT, a SRTE e a Uniselva, do outro lado, por intermédio do projeto, custearam todos os demais gastos, comotransporte, alimentação e acomodação.

“Por meio dessa ação, os trabalhadores egressos do trabalho escravo e aqueles em situação de vulnerabilidade podem ser contemplados com ações de educação e qualificação profissional, reduzindo as chances de serem submetidos a uma situação de exploração, tendo opções e alternativas para a realização de seus projetos de vida, propiciando, assim, o resgate de sua dignidade”, concluiu Gurjão.

Informações: Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso (MPT-MT)

Contato: (65) 3613-9152 | www.prt23.mpt.mp.br | twitter: @MPT_MT

Imprimir