Artigo | O uivo do trabalhador sem voz
Por Jéssica Marcela Schneider*
"Uivemos!, disse o cão” é a oração que dá início a um dos mais célebres títulos da literatura portuguesa moderna.
No romance, o uivo do cão representa a resistência, e o imperativo conclama o cidadão a exercer seu papel na sociedade. Em paralelo e à semelhança do que ocorre em um ano incerto no país fictício de José Saramago, no Brasil real e atual, também a população assiste aos acontecimentos baseada em dados nem sempre precisos, ao interesse daqueles que os detêm.